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Revista Junguiana 9

Revista Junguiana 9 – Esgotada

Freud, Jung e as Pesquisas em Sonhos

Maria de Lourdes F. Gentil

revista junguiana 9Premonição, bom ou mau presságio, mensagem cifrada dos deuses, ou sorte na loteria, o sonho sempre foi objeto de curiosidade do homem através dos tempos. Com o início da Psicanálise, o sonho passou a ser alvo de estudo e visto como uma experiência subjetiva importante, cujo significado deveria ser decodificado pelo analista. A tradição analítica enveredou por vários rumos. A prática junguiana estimula o analisando a se destacar progressivamente da interpretação ou amplificação fornecidas pelo analista para uma auto-observação regular e controlada de seus sonhos. Esse método guarda estreita relação com as primeiras pesquisas experimentais sobre sonhos, do século XIX. Em 1953, a descoberta da associação entre sonho e a fase Rem do sono por Eugene Aserinski e Nathaniell Kleitman (1) inicia uma era de intensa investigação psicofisiológica do sono/sonho. Por exemplo, torna-se difícil aceitar o sonho como “guardião do sono” (Freud). O sonho é definitivamente “uma ocorrência natural, um fenômeno normal”(Jung). As abordagens subjetiva e objetiva, clínica e experimental continuam coexistindo: nos laboratórios de sono ou nos consultórios, o sonho continua despertando interesse de estudo. Após uma discussão introdutória, apresento os estudos críticos à teoria de sonhos de Freud e, separadamente, a visão de Jung e os testes da hipótese da função compensatória dos sonhos. Na conclusão, ressalto a capacidade intuitiva de Jung sobre a apreensão do fenômeno sono/sonho, compatível com a visão atual da Ciência.

 

A Natureza Ondulatória da Consciência

Ernest Lawrence Rossi
Artigo publicado originalmente na “Psychological Perspectives”(1991), 24, 6-14.

 

Sonhos Diurnos ou Devaneios – Aventuras Entre Sonho e a Vigilia

Beatriz Mecozzi

Reflexão sobre o devaneio-sonhar acordado. O sonho diurno estabelece um roteiro imaginário no território da realização dos nossos desejos, assegurando a possibilidade da diversificação e atualizando o crescimento de toda a personalidade da diversificação e atualizando o crescimento de toda a personalidade. A criatividade potencialmente revolucionária da imaginação deveneante no mundo da nossa intimidade e na expressão artística é revista.

 

Sonhos Iniciais e Sonhos Iniciáticos

Laura Villares de Freitas

Breves comentários sobre os sonhos em geral e sonhos iniciais, focalizando a problemática de sua definição, seu valor diagnóstico e prognóstico, e seu papel na psicoterapia. É proposto o conceito de “sonhos iniciáticos”, considerando-se a psicoterapia como um rito de iniciação.

 

Um Caminho

Matheus Ajzenberg

Esta dissertação objetiva a necessidade que temos para um harmônico desenvolvimento da personalidade, de uma relação apropriada com o arquétipo da anima especialmente por parte de indivíduos que apresentam na estruturação do Ego, uma dominância do dinamismo patriarcal. A via aqui seguida é a da interpretação das imagens simbólicas encontradas numa obra de arte de um pintor surrealista. Isto propiciou uma reflexão sobre a indispensável ligação criativa e o resgate de valores que se encontram no inconsciente desencadeantes do processo de individuação.

 

A Realidade Psíquica da Dimenção Onirica – Uma Pesquisa da Psicologia Simbólica

Carlos A. B. Byington

Dois grupos de professores tiveram seus sonhos trabalhados durante oito semanas. O resultado foi a revalorização da vivência da imagem onírica como função criativa arquetípica básica do Self.

 

Território do Instinto – A Psicologia Profunda e a Transformação Política

Liliana Liviano Wahba

Através de experiências vividas em local bastante privilegiado e preservado, o imaginário onírico trazido por sonhos de pacientes enfatiza a importância de uma ligação com nossa base instintiva e contribue para um maior equilíbrio interno.

 

O Espelho e o Martelo – A Psicologia Profunda e a Transformação Política

Andrew Samuels

A tentativa de engajar a psicologia profunda na política é parte de um processo mais amplo de resacralização na cultura, que encontra-se ameaçado por uma cisão coletiva em nossa atitide com relação à economia de mercado. O autor propõe uma releitura de Machiavelli e dos mitos do Trapaceiro como forma de lidar com esta cisão. Conferência promovida pela SBPA em São Paulo no dia 16/05/91.

 

A Relação Transferencial e a Estruturação da Consciência

Maria Zelia Souza Lima

O trabalho é desenvolvido sobre a temática básica da relação transferencial, traduzindo-a como um acontecer fenomênico simbólico-sistêmico (correlacionando conceitos de psicologia analítica e da teoria geral dos sistemas – T.G.S.). O acontecer relação transferencial, simbolicamente, é entendido como decorrência da interação, inter-relação e interdependência de dois sistemas energéticos (analista/analisando0, que pelo próprio processo de conjugação transformam-se (interagem) os quais, complexificam-se em sistemas maiores, gerando consciência. O conceito de autoconsci6encia é correlacionado ao de Arquétipo Central como estrutura do Sistema Vaso Terapêutico, através de imanência do Self Terapêutico. Os elementos analista/analisando, traduzidos como sistemas em si mesmos, experimentam processos de estruturação de consciência, através da interação simbólico-analítica, sendo que, este acontecer à imagem e semelhança encontra sua correlação do processo de turbilhonamento sistêmico quando sofre complexificações, emergindo para sistemas maiores. O trabalho visa fundamentalmente traduzir a relação transferencial simbolicamente, como um sistema energético decorrente da interação de sistemas menores, cuja meta é gerar consciência e que a geração de consciência seria a liberação de energia do inconsciente para o consciente. Consciência como sinônimo de energia em ação. Finaliza fazendo um questionamento sobre a condição de responsabilidade participativa do analista, dentro do processo de análise, por ser ele (analista) um elemento de interação, cujo propósito último é estar em função do processo do cliente, portanto compromissado diretamente com um futuro a ser criado.