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A Golondrina – de Guillem Clua

A Golondrina – de Guillem Clua

Dirigida por Gabriel Fontes Paiva, A Golondrina, do espanhol Guillem Clua, estreia dia 19 de abril

 

Com Tania Bondezan e Luciano Andrey no elenco, texto narra o encontro transformador entre uma professora de canto e um novo aluno. Celebrada recentemente na Espanha e em Londres, peça é inspirada em atentado terrorista nos EUA e discute a libertação e aceitação

 

“O que nos torna humanos? Para Amélia (personagem de Tânia Bondezan) a resposta encontra-se na capacidade de sentir a dor dos outros como se fosse nossa”. E este é o sentimento que corre ao longo da espinha dorsal de A Golondrina, o último texto de Guillem Clua, inspirado no ataque terrorista ao bar Pulse em Orlando (EUA), em junho de 2016

 

Atualmente em cartaz na Espanha (onde é estrelada pela atriz Carmem Maura), A Golondrina, do premiado autor barcelonês Guillem Clua, ganha uma montagem brasileira com direção de Gabriel Fontes Paiva e elenco formado por Tania Bondezan (tradutora do texto) e Luciano Andrey. O espetáculo estreia no dia 19 de abril no Teatro Nair Bello, no Shopping Frei Caneca.

 

A peça mostra o encontro entre Amélia, uma severa professora de canto, e o estudante Ramon, que a procura para melhorar sua técnica vocal com a intenção de cantar no memorial de sua mãe recentemente morta. A música escolhida tem um significado especial para ele e, aparentemente, também para ela. Apesar de sua relutância inicial, a mulher concorda em receber o jovem em sua própria casa e ajudá-lo e no decorrer da aula, os dois personagens vão revelando detalhes de seu passado que se entrelaçam como num quebra-cabeças.

 

”A obra me encantou de tal maneira que, enquanto lia o texto pela primeira vez, parecia que aquelas palavras cabiam na minha boca, como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Foi amor à primeira vista. Minha personagem Amélia, que, por coincidência, é o nome da minha mãe, é uma mulher severa e sofrida, sobrevivente de uma tragédia. A vida foi mais generosa comigo, mas somos ambas mães que amam e protegem suas crias, que tentam acertar e carregam culpa o tempo todo, o que nos aproxima. Representá-la é um exercício de mergulhar nas minhas emoções”, revela a atriz Tania Bondezan.

 

O texto é inspirado diretamente no ataque terrorista homofóbico ao Bar Pulse, que aconteceu em Orlando (EUA), em junho de 2016, mas nele também ecoam as tragédias do bar Bataclan, em Paris (França), do calçadão em Nice, Las Ramblas de Barcelona. É uma tentativa de compreender a insensatez do horror, as consequências do ódio e as estratégias que usamos para que eles não nos destruam a alma. Quando Amélia e Ramon se conhecem têm dois caminhos a seguir: podem optar pelo ódio ou caminhar juntos. Ambos têm razões para causarem ainda mais danos além do que sofreram ou se reconhecer na dor um do outro para não permitir que vença o instinto animal.

 

“A Golondrina é uma das peças mais comemoradas de Guillem Clua. É uma peça que fala sobre liberdade, diversidade e, sobretudo, sobre aceitação, temas tão caros nos dias que vivemos em todos os lugares do mundo e especialmente aqui no Brasil. O Ataque ao Bar Pulse deixou 49 vítimas do preconceito e da homofobia. Mas aqui em nosso país, este tipo de ataque ocorre quase que diariamente e mais grave ainda, de maneira silenciosa. Isso justifica a necessidade de montar este texto atualíssimo, que fala de relações humanas, familiares e da necessidade do entendimento e do perdão”, acrescenta a atriz.

 

Já o diretor Gabriel Fontes Paiva considera Guilem Clua um dos melhores autores contemporâneos. “Ele me impressionou muito porque tem uma escrita muito eficiente, objetiva e surpreendente; consegue prender a atenção o tempo todo com maestria. Fiquei muito feliz com o convite dos produtores Ronaldo Diaféria, Tania Bodezan e Odilon Wagner para dirigir essa peça maravilhosa. Tania é uma atriz intensa, madura, cheia de talentos e Luciano é um ator extremamente sensível e dedicado, revela Gabriel. Seus últimos trabalhos como diretor foram “Marte Você Está Aí?”, em 2017, texto de Silvia Gomez, com Selma Egrei, Michelle Ferreira e Jorge Emil no elenco, e em 2015 dirigiu “Uma Espécie de Alasca”, de Harold Pinter, com Yara de Novaes, Mirian Rinaldi e Jorge Emil. Gabriel também é co – fundador do Grupo 3 de Teatro, ao lado de Yara de Novaes e Débora Falabella.

 

O espetáculo trata de temas universais e isto é o que mais fascinou o ator Luciano Andrey. “O texto poderia se passar em qualquer grande cidade do mundo. Os temas que ele trata – sem maniqueísmos – são absolutamente pertinentes ao momento atual. Expõe o ponto de vista completamente distinto de dois personagens sobre determinado fato, mas sem julgamentos. Ambos têm razão em suas questões. Ao invés de assumir a posição de um deles, o autor propõe uma reflexão sobre a nossa capacidade de se colocar no lugar do outro e sermos empáticos, que acredito ser a chave para as mazelas humanas”, diz.

 

Sobre Guillem Clua

Nascido em 1973 em Barcelona, Guillem Clua é dramaturgo, roteirista e diretor teatral, formado em jornalismo pela Universidade Autônoma de Barcelona. Ele também morou em Nova Iorque e na Inglaterra, quando estudou na London Guildhall University com uma bolsa de estudos Erasmus. Clua baseia seu trabalho em suas experiências pessoais para abordar temas atemporais (como a questão da identidade) e contemporâneos (como a Guerra do Iraque). Suas obras têm trajetória internacional, tendo sido traduzidas para o inglês, italiano, alemão e francês. Entre os vários prêmios que o autor recebeu, estão o Butaca 2011, o Time Out 2013 e o Max 2017.

 

Os críticos descreveram seu trabalho como multidisciplinar e eclético, e como tendo uma preocupação especial pela estrutura narrativa e o argumento. Algumas de suas peças são A Pele em Chamas, O Gosto das Cinzas, A Golondrina, Marburg, Invasão, Assassino, 73 Razões Para Deixar-te, Morte em Veneza, No deserto, Smiley e Al Damunt Dels Nostres Cants.

 

FICHA TÉCNICA

Autor: Guillem Clua

 

Tradução: Tania Bondezan

 

Direção: Gabriel Fontes Paiva

 

Elenco: Tania Bondezan e Luciano Andrey

 

Cenógrafo e figurinista: Fabio Namatame

 

Assistente de direção: Ana Paula Lopez

 

Iluminador e Sonoplasta: André Prado

 

Trilha Sonora: Luisa Maita

 

Preparação Vocal: Jonatan Harold

 

Arte Gráfica e Digital: Rodolfo Juliani

 

Montagem/Direção de Cena/Contrarregra: Tadeu Tosta

 

Produção: Ronaldo Diaféria, Odilon Wagner e Tania Bondezan

 

Assessoria de imprensa: Pombo Correio

 

SERVIÇO

A Golondrina, de Guillem Clua, com direção de Gabriel Fontes Paiva

 

Teatro Nair Bello – Shopping Frei Caneca – Rua Frei Caneca, 569 – 401A – Consolação

 

Temporada: de 19 de abril a 09 de junho

 

Às sextas e sábados, às 21h; e aos domingos, às 19h

 

Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)

 

Classificação: 16 anos

 

Duração: 90 minutos

 

Capacidade: 200 lugares

 

Informações: (11) 3472-2414

 

Apoio: Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA)

 

Para ter acesso à meia entrada, apenas mencione na bilheteria que tomou conhecimento da peça através da SBPA.